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Descubra como o Almanaque Brasil continua mantendo viva a memória cultural brasileiro depois da transição do papel pro digital

Criado como revista no final do século XX o Almanaque Brasil, idealizado por Elifas Andreato, renasceu como portal em 2017 pelas mãos de Bento Andreato e Bruno Hoffmann.

Cheio de incríveis entrevistas é um veículo online que documenta e valoriza uma parte muito importante da nossa memória cultural. Tive o prazer de trocar alguns e-mails com o Bruno (editor do Almanaque Brasil) que resultou na entrevista que compartilho com vocês a seguir:

Como foi essa transição do meio impresso para o digital?

O Almanaque Brasil existiu de forma impressa, distribuído em voos da TAM, entre 1999 e 2014. No tempo do impresso também tínhamos um site. Porém, desde que a revista deixou de circular saímos também do ambiente digital.

Em meados de 2017, eu e o coordenador editorial do Almanaque, Bento Andreato, nos reunimos e decidimos voltar à internet – sob inspiração dos conhecimentos passados por Elifas Andreato, o maior capista de discos da história do Brasil e idealizador desse projeto em 1999. Desde 25 de outubro de 2017, com a ajuda de uma amiga designer, formatamos o site e colocamos material novo todo santo dia na plataforma e em nossas redes sociais, seja do acervo de 15 anos da revista impressa ou as novas entrevistas.

Almanaque Brasil - Capa.png

O público atual é o mesmo da revista?

Parte do público é o mesmo, que se manteve em nossas redes sociais apesar das poucas publicações desde 2014. Mesmo com a longa ausência ainda tínhamos mais de 7 mil curtidas no Facebook. Quando recomeçamos a publicar muitos comemoram a volta do Almanaque.

Também estamos chegando a um novo público, atraído principalmente pela repercussão da entrevistas que estamos colocando no ar. A entrevista com o escritor Ferréz, por exemplo, teve quase 150 compartilhamentos no Facebook. Já a entrevista com o colunista Chico Barney garantiu cinco mil visitantes num único dia ao site. A cada dia há novas pessoas que conhecem e passam a se interessar pelo nosso trabalho.

Como é o relacionamento com os leitores nas redes sociais?

Em um mês conseguimos quase 500 novos seguidores no Facebook, 250 novos no Twitter e 205 novos no Instagram. Também começamos a publicar trechos de entrevistas no Youtube.

Como esperado, há histórias muito compartilhadas e materiais ainda com pouca repercussão, por termos voltado há pouco tempo. Por exemplo, o episódio do Milton Nascimento ter sido proibido de participar de sua festa de formatura no colegial por ser negro emocionou muita gente. Acreditamos, sinceramente, que em pouco tempo teremos um ótimo crescimento na internet. Há uma carência de se contar as boas histórias do Brasil do jeito que o Almanaque sempre fez.

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Onde vocês encontram inspiração para produzir os conteúdos?

Sempre buscamos as histórias da cultura brasileira mais divertidas, criativas, emocionantes ou pitorescas. Como diz Elifas Andreato, criador do Almanaque, somos um grande armazém da memória nacional. Apostamos em textos leves e envolventes sobre música, dança, política, teatro, literatura e todos os outros temas que moldaram a cara do Brasil nestes 517 anos.

Os entrevistados são sempre pessoas que ajudam, cada qual a sua maneira, a pensar sobre o Brasil e os brasileiros. Na história do Almanaque entrevistamos Pelé, Fernanda Montenegro, Ronaldo Fraga, Chico Buarque, Nina Horta, Tom Zé, Rolando Boldrin, Bibi Ferreira, Emicida, Ariano Suassuna, Lydia Hortélio, Paulo Vanzolini, Maria Adelaide Amaral, Gaby Amarantos, Rincón Sapiência e tantas outras pessoas. Quem faz bem ao Brasil tem espaço no Almanaque.

Tem alguma história curiosa que vocês gostariam de compartilhar?

Três semanas depois de o site ter sido colocado no ar apareceu uma mensagem inbox pelo Facebook. Um rapaz dizia que houve um texto do Almanaque da época do impresso que havia o encantado muito, que narrava brevemente a história de um missionário que tentou evangelizar uma tribo indígena no Brasil mas que não teve sucesso porque esta tribo não tinha noção do que é o amanhã. “Nunca esqueci essa história”, disse, e pediu para que publicássemos de novo para que tivesse como referência em seus trabalhos acadêmicos. Fora isso, não deu muitos detalhes. Escarafunchamos nossos arquivos e encontramos: era sobre o missionário norte-americano Daniel Everett que foi à Amazônia catequizar a tribo pirahã em 1977 e acabou “catequizado” pelos nativos. Colocamos no ar e ele ficou muito feliz. Como ele, há muita gente que tem memória afetiva sobre o Almanaque impresso. É um prazer colocar esse material no ar novamente.

dont sleep there are snakes

Porque vocês decidiram usar o WordPress.com?

É a plataforma que oferece mais recursos e com o melhor custo-benefício que conhecemos. A publicação do material é feita de maneira muito simples, intuitiva e eficiente, com facilidade para fazer um SEO consistente e garantir destaque nos sites de busca.

Que dicas vocês dariam para quem quer começar a produzir conteúdo sobre o Brasil?

Nós estamos desde 1999 produzindo conteúdo sobre o melhor do Brasil e do povo brasileiro, e as histórias a serem contadas sempre estiveram longe de acabar. O melhor jeito de falar sobre o País é sem ufanismo ou vergonha boba. É saber que somos como somos, temos uma produção cultural como poucos países do mundo, temos também nossos defeitos, e escolher as histórias mais interessantes para revelar o Brasil ao brasileiro.

Querem deixar alguma mensagem final?

Mande sugestões de pauta para a gente. Na sua cidade há um projeto social muito interessante em andamento? Há um grande músico, poeta, escritor, líder comunitário, artesão, comediante fazendo algo surpreendente que ainda não é conhecido pelo País? Existe alguma figura pitoresca que merece reconhecimento nacional? Rolou algum fato histórico que seria bacana receber destaque? Fale para nós. Vamos avaliar e a nossa equipe pode correr atrás para contar essa história. O e-mail do Almanaque é almanaquebrasil@gmail.com.


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